quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Haddad - Orion [2000]


Quarto disco da banda capixaba finalizado em 1999, mas lançado apenas no ano 2000. Gustavo e Leandro (ambos do "clã" Haddad) surpreendem mais uma vez com este belo disco. Se no anterior "Deuses, Anjos, Homens e Bestas" as letras e o vocal melancólico já impressionavam, neste então temos isto em dobro, já que este Orion segue a mesma linha de "Deuses..." . Destaque para todas as faixas instrumentais (grande parte do disco) e para Prelúdio do Ópio/Ópio da Razão Insuficiente, Sweet, A Folha Seca e os teclados e letras de Onion Stone. Uma beleza acústica singular passeia por todo o disco. A bela capa é de um parque de Vitória (ES), onde está localizada a Pedra da Cebola. Ponto para a simplicidade eficiente do Haddad.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Humberto Gessinger - Nas Entrelinhas do Horizonte [2012]


Para ler online ou download clique aqui


Por Daiane Jardim em No Universo da Literatura

"Nas Entrelinhas do Horizonte" é um livro de crônicas, nas quais são mescladas temas vividos pelo autor e seus variados pensamentos. Em cada uma vemos a elegância e a qualidade literária pela qual foram compostas. O autor possui uma bela escrita, e sabe como conduzir cada palavra.

Em diversas crônicas vemos o passado se cruzando com o presente, ou seja, coisas que aconteceram com ele, que acontecem, e as lições ou pensamentos que tirou através destes.

Comecei a ouvir várias críticas positivas desse livro quando ele foi lançado, e confesso que a curiosidade havia me tomado, após me tornar parceira da Editora tive a oportunidade de conhecer esse livro, e para ser sincera, me surpreendi muito.

Não sou fã das músicas de Humberto Gessinger, mas saber seus pensamentos, um pouco também do seu modo de vida e alguns pontos de vista, me fizeram gostar mais da pessoa Humberto Gessinger, sim da pessoa, pois em suas crônicas vamos entendendo melhor sua paixão pela música, esta me pareceu inata a ele, não é apenas mais um hobby, é uma parte de si.

As suas divagações sobre coisas simples da vida, como o tempo, simples atitudes, demonstram seu olhar atento e observador. É próprio do gênero crônica, tomar fatos ocorridos no passado ou na atualidade e os narrar, porém dando a esses um enfoque mais emocional, literário, então coisas que poderiam parecer simplesmente normais são mostradas por outros ângulos por aquele que os narra.

A sensibilidade das palavras, as escolhas de cada uma, mostra a face de um homem já maduro, que aprendeu muito com o tempo, mas que ainda tem muito também a aprender. O toque de humor também faz parte desse gaúcho apaixonado por futebol, pela música e pela vida.

Gessinger mostrou-me que a vida de uma celebridade não são apenas flashs e sorrisos, e que isso faz parte do ofício, mas não é o essencial, a música, as palavras são mais importantes que isso, e ele sabe priorizar as coisas mais importantes de sua vida como o amor e a família.

Nas Entrelinhas do Horizonte superou minhas expectativas, foi uma leitura leve, cada crônica me fez refletir às vezes sobre mim mesma, e ver algumas coisas de uma forma que eu nunca havia visto antes. Todo o livro foi bem trabalhado, a revisão está bem feita, o autor escreve muito bem e demonstra ser um bom leitor, apaixonado por literatura. A diagramação também está impecável, as cores das páginas oscilando entre amarelo e preto, e as letras também oscilando entre essas cores, as fotos do cantor também ficaram ótimas, outra coisa que também gostei foi a qualidade do papel utilizado nas páginas.

Esse é um dos poucos livros de crônicas que me surpreenderam mesmo, quando terminei a vontade foi começar de novo, pois sei que a cada leitura irei descobrir coisas novas. Para quem ainda não conhece esse gênero, esse livro é ótimo para iniciar a leitura nesse estilo de narrativa, e para aqueles que ainda não conheciam o cantor tão bem, essa é uma oportunidade para conhecer o que as câmeras não mostram, o verdadeiro sentimento das pessoas e seus pensamentos.

Leitura recomendada, autor e editora de parabéns!

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Wander Wildner y sus Comancheros - La Canción Inesperada [2008]

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Por Coisa Pop

O bardo punk gaúcho Wander Wildner está com disco novo na praça. “La Canción Inesperada” é o titulo do trabalho que soa diferente ao mesmo tempo em que é Wander Wildner de sempre. Como assim? O músico dá uma parada no seu punk brega e envereda por um caminho mais folk em diversos momentos, com uma produção caprichada da dupla Berna Ceppas e Kassin, mas sem perder suas características.

Para abrir a história, temos “Um Bom Motivo” canção mais do que foda da banda Stuart, que já era tocada pelo músico, aqui ganha uma roupagem muito bacana e se transforma em algo maior do que era. “La Canción Inesperada” vem depois repleta de violões, toques de música de bordel, Agnaldo Timotéo e aquele portunhol canhestro de Wander.

Depois tem “Os Pistoleiros”, com um arranjo que remete a Josh Rouse, até ter o ritmo acelerado. Alt Country da melhor qualidade. “Porta Retratos” é outra que aposta nos violões, com uma letra confessional enquanto Wander declama as dores de um amor. Em seguida temos a regravação do clássico “Amigo Punk” da Graforréia Xilarmônica. Impossível ficar ruim.

“Bocomocamaleão” que vem em seguida, tem toques de ritmos calientes e faz a cama para o músico soltar a melhor frase do trabalho e se definir: “Eu sou um pouco Wando/Um pouco Wild”. Perfeito. “Wynona” que vem em seguida é nonsense total, não tem como ficar sem soltar boas gargalhadas e manter o riso no rosto. “Without You”, versão da música do Badfinger, vem como se estivesse sendo entonada em algum lugar sujo na beira da estrada para bêbados de plantão. Muito boa.

“Filme Chinês” tem um tecladão que leva o ritmo como uma canção da fase “Psicoacústica” do Ira!. “O Reverendo Rock Gaúcho” é uma das melhores faixas do álbum, uma homenagem a milhares de bandas alternativas, com o toque todo especial de Wander. “Mares de Cerveja” é outro grande momento. Regravação da banda Barata Oriental é para tocar em último volume. “En Su Corazón”, a única mais brega do disco, é a encarregada de encerrar a sacanagem e pedir a conta.

Em meio a regravações (que em nenhum momento soam oportunistas) e novas músicas, Wander consegue botar um ponto final em uma fase do seu trabalho e abrir caminho para outro igualmente interessante. Wander, como o bom camaleão que é, muda a roupa, mas para nossa satisfação a essência é sempre a mesma. Corra atrás e boa diversão.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Mais inteligência e mais esforço: músico terá de se reinventar

Por Marcelo Moreira no Combate Rock


O mercado ainda busca entender como as pessoas hoje se relacionam com a música e, principalmente, porque uma parcela expressiva do público consumidor supostamente não valoriza os bens culturais e a própria música. Enquanto isso, sobram queixas a respeito da falta de espectadores em um shows de rock no Brasil, em especial o underground e no heavy metal. Algumas reclamações são pertinentes – afinal, é grande o número de roqueiros que reclama da falta de eventos “legais'' em todo Brasil, mas o mesmo que se queixa se recusa a pagar R$ 10 ou R$ 20 para ver banda ou artista novo em bares ou em casas pequenas. Pior, ignora mesmo quando ocorrem eventos gratuitos.

Seja como for, culpar o público é um tiro no pé e só piora as coisas. Enquanto há uma constatação sobre uma certa acomodação do público e de sua nova relação com a música, artistas preferem olhar para o próprio quintal e revelar os próprios pecados. Ultimamente, quem o fez com a maior propriedade foi o editor da edição norte-americana da revista Guitar Player.

Michael Molenda, que também toca guitarra, foi bem duro no editorial da revista na edição de agosto, e reproduzido na edição de setembro da Guitar Player brasileira. Ele relembra que mesmo nos Estados Unidos o público está fugindo dos eventos pequenos, afetando as margens de lucros e donos de casas e bares e dos produtores, causando o fechamento de boa parte deles – e diminuindo o mercado de trabalho.

Diante do quadro, Molenda alerta para a piora das condições para se tocar, onde o músico hoje tem de levar seu próprio sistema de som e se exibir para uma plateia rabugenta que provavelmente estará mais interessada em algum jogo na TV, mesmo que seja uma reprise. “Para algumas casas, hoje é necessário fazer coisas execráveis, condenadas no passado, como cobrar antecipadamente do músico – 'pague para tocar' – como forma de cobrir vendas de ingressos antecipados ou conseguir alguma forma de compensação zero até que haja ganho comprovado''.

A culpa é dos clubes e dos promotores de shows? Para os músicos sim, mas não para o editor da Guitar Player norte-americana. Ele compara a situação com um programa de TV. “Quantas redes prolongam programas ou séries que não vendem anúncios ou dão audiência? O corte é brutal e imediato, assim como um restaurante fecha se ninguém entra para comer.''

Ou seja, com um realismo desconcertante, Molenda diz que tudo é negócio, o que justifica, por exemplo, uma gravadora não investir ou parar de apoiar um artista que não vende e que não atrai público. “Na cena de músicas ao vivo, os músicos precisam assumir a responsabilidade de tocar bem e fazer um grande show, mas de divulgar a si mesmo e seu trabalho de todas as formas possíveis e inimagináveis. E poucos fazem isso, e alguns dos que fazem não o fazem com competência.''

Resumindo: o músico não deve culpar os gerentes de casas de show, empresários e promotores por não quererem perder dinheiro com artistas “fantásticos'', mas que só tocam para 15 pessoas. Em um mercado acirradíssimo, como o norte-americano ou o brasileiro, não basta ser bom, tocar de tudo e ser legalzinho: é preciso fazer bem mais, tanto na divulgação como no trabalho braçal de ir à luta para divulgar o seu trabalho. “Não culpe os outros pela sua preguiça, por seu orgulho e por sua incompetência para promover com eficiência o que está vendendo'', conclui o duro recado de Molenda.

E a mesma edição brasileira de setembro da Guitar Player traz uma ótima entrevista com o bluesman André Christóvam, conduzida pelo repórter Heverton Nascimento. O guitarrista não pega tão pesado com os músicos, mas faz uma crítica lúcida de um mercado em que sobra “culpa'' para todo mundo. Ele não ignora que os artistas falhem bastante, em especial na divulgação, mas divide a responsabilidade, por exemplo, com a mídia e os esquemas próprios de divulgação do mercado.

“Com a mediocridade artística oferecida pelos principais meios de comunicação e divulgação, as pessoas se satisfazem cada vez mais em viajar por uma zona de conforto e sentir entretidas por fragmentos sonoros que as remetam a dias mais felizes de um passado remoto. Toda uma indústria foi desenvolvida inoportunamente com essa mentalidade'', diz o bluesman.

O recado é claro: o mercado tem o defeito de origem, e em vários pontos, e os músicos não estão sabendo lidar com esse panorama e têm dificuldades para estimular o público chacoalhá-lo em sua zona de conforto. “Com a velocidade e a facilidade com que se obtêm as informações atualmente, tudo fica efêmero. Público e artista não estão sendo capazes de se dedicarem a mais de 45 segundos a algo realmente novo. Todo mundo perde com isso.''

E estão Christóvam arremata de forma cirúrgica, identificando um ponto central da discussão, que passa por quem faz música, por quem divulga e por quem produz/financia: “Dá trabalho estimular o público a ir buscar o novo, o diferente, o inusitado. E já basta o trabalho diário que temos para colocar comida na mesa. Então, como produzir algo com qualidade com um público atual que se satisfaz com as superficialidades?Espero que em um futuro não muito distante músicos e público voltem para o lado da qualidade, excelência e criatividade do consumo artístico.''

Dá muito trabalho buscar a qualidade e investir em coisa boa – e muitas vezes custa bem caro. Só que a superficialidade já demonstrou que não é a solução, haja vista a quantidade de modas passageiras e artistas moídos pela estrutura cruel do mercado brasileiro.

Assim como a imprensa só vai sobreviver se oferecer conteúdo decente aos seus leitores/ouvintes/telespectadores/internautas, a música só terá futuro se houver qualidade e mantiver o descartável em uma zona de mercado que não seja suficiente para afetar e corroer o restante – ou seja, é primordial que a música de baixa qualidade, artificial e puramente comercial não mate e enterre o que se produz de qualidade em outros segmentos.

E, infelizmente, a mudança de cenário começa pelos próprios músicos, que precisam aprender a entender a nova forma de se ouvir música e o novo relacionamento do ouvinte/consumidor com a música. Para isso, é necessário mais inteligência, mais competência na divulgação e esforço redobrado, para que não haja o menor resquício de preguiça. Guitarras, baterias, teclados, baixos e promotores picaretas, na atualidade, são os menores problemas do músicos.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Camisa de Vênus - Camisa de Vênus [1983]

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Por Fabio Ross no Essa e já ouvi...

Imagine-se com 30 anos nas costas. Você já trabalhou como auxiliar de enfermagem, vendedor e radialista. Você morou alguns meses em New York (EUA) e fala com boa fluência o inglês. Você mora em Salvador - Bahia. É início da década de 1980, e você ama música mais que a si mesmo... mas não sabe tocar nenhum instrumento. Pegou o cenário? O que você faria? Provavelmente tentaria seguir carreira alí mesmo. Mas isso não bastava para Marcelo Nova. Criar o Camisa de Vênus era quase uma necessidade, que vinha de uma inquietação constante do estabelecido.


A BANDA

Marcelo Nova sempre teve esse "problema", nunca estava satisfeito com esse lance de "status quo". Começou a trabalhar cedo, ainda adolescente, como ajudante de seu pai, que tinha uma clínica de fisioterapia. O salário era todo convertido em discos. Em entrevista ao blog Imprensa Rocker, ele contou que não tinha interesse em nada, nem por "futebol, praia ou clube".

Quando qualquer um pensaria em seguir os passos do pai, Nova pede demissão e abre uma loja de discos. Foi a porta de entrada para a mídia. No fim dos anos 70, ele é convidado pela Rádio Aratu FM para apresentar o programa "Rock Special", pelo qual ganhou certa notoriedade nacional. Havia coisas que só ele conhecia, e rapidamente passou a se posicionar como formador de opinião.

Isso bastaria para que ele seguisse em uma emissora maior. Adivinha? Claro que não, preferiu vender a loja e usar o dinheiro pra morar em New York. Lá, conheceu o movimento punk e a filosofia "Do It Yourself" (que eu já tratei aqui no post "Ramones"). E foi o que bastou para voltar ao Brasil, decidido a formar uma banda. Contatou o amigo Robério Santana, e junto com Karl Hummel, Gustavo Mullen e Aldo Machado, funda o Camisa de Vênus, banda punk que ia na contramão de tudo que se entendia por cultura na comunidade baiana do começo dos anos 80.


CONTEXTO HISTÓRICO

Enquanto Nova engatinhava as ideias que formariam o Camisa, a música baiana estava mais que consolidada no Brasil, compreendendo os principais nomes e movimentos artísticos do país. Este status vem de muito antes, com suas origens na década de 60. Neste tempo foi quando houve o Golpe Militar, e os consequentes famigerados Atos Institucionais.

Nessa "zona", a cultura respondia em forma de protestos. Vários artistas surgiram com esta proposta, agregando aos ritmos regionais elementos de música estrangeira. Dentre os quais, destacam-se Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé e dezenas de outros. A este movimento deu-se o nome de Tropicalismo.

O governo, certamente, reagiu, punindo com exílio a muitos deles. Claro que isso não diminuiu a força do movimento, que a essa altura já deixava um legado à cultura baiana. A década de 70, então, viu eclodir diversos outros artistas com expoentes diversificados. Dentre todos, destaco Armandinho (virtuose da guitarra baiana) e Raul Seixas, ambos inserindo mais elementos do rock às suas canções.

Raul, em especial, chamava muito a atenção de Nova. Suas canções, simples e sagazes, o inspiraram desde cedo à incursão musical. Agregando as ideias do Maluco Beleza com o DIY e o enfraquecimento do militarismo, Nova não teve dúvida: o Camisa tinha de ser diferente de tudo. Era hora agredir todo mundo!


O DISCO

Não é a toa que o "Camisa de Vênus" incomodou na hora em que chegou. Tecnicamente, é um disco pobre. Mas era exatamente isso que Nova e banda queriam. Uma das coisas mais intrigantes que eu li naquela entrevista ao Imprensa Rocker é que, naquele tempo, não se fazia banda se você não fosse um Jimmy Page, ou um Jeff Beck. Mas quando conheceu Sex Pistols e The Clash, a coisa se tornou mais palpável.

Essa é a pegada que permeia todo o "Camisa...". O grande barato não é a parte técnica. Se o analisar assim, vai jogá-lo contra a parede nos 2 primeiros minutos. O mais admirável aqui são os textos.

Desde sua abertura, com a faixa "Passamos por Isso", Nova deixa claro que não vai poupar ninguém. Nesta, em específico, a "agulhada" vai direto no olho da MPB, em sua visão, engessada e pedante (e é mesmo). É o mais puro DIY com a anarquia, que se vê na maioria das faixas, como em "O Adventista" (em que o alvo são as pessoas que escolhem uma vida de alienação) e "Pronto pro Suicídio" (de novo, às pessoas, presas em suas rotinas).

A anarquia em "Camisa..." é, de fato, a palavra de ordem - paradoxalmente falando. Percebe-se isso em "Correndo Sem Parar" (minha preferida!), "Metástase", e "Passatempo". É soco atrás de soco, sem descanço, sem poupar ninguém, igreja, política, as pessoas em geral. A faixa que se tornou mais conhecida dessa obra, "Bete Morreu" é outro exemplo disso, bem como "Negue", um cover inusitadíssimo do clássico de Nelson Gonçalves.

Todos os seus 36 minutos de duração parecem ter sido projetados pra fazer você vomitar. E eu garanto, isso vai acontecer. Se você curte "ver o circo pegar fogo", eu te asseguro: você vai adorar sentir essa ânsia!


LISTA DE FAIXAS

1. Passamos Por Isto
2. Metástase
3. Bete Morreu
4. Correndo Sem Parar
5. Negue
6. O Adventista
7. Dogmas Tecnofascistas
8. Homem Não Chora
9. Passatempo
10. Pronto Pro Suicídio
11. Meu Primo Zé


quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Violeta De Outono - Reflexos da noite [1986]


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Primeira gravação oficial do Violeta De Outono em meados de 1986 pelo lendário selo Wop Bop.

Fabio Golfetti - guitarra & vocal
Angelo Pastorello- baixp
Claudio Souza  - bateria

Músicas
1. Outono
2. Trópico
3. Reflexos Da Noite