quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Made in Brazil - Sexo, Blues & Rock 'n' Roll [1998]

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Por Fábio Cavalcanti no Rock Análise

Seis anos se passaram até que o grupo finalmente lançou "Sexo, Blues & Rock 'n' Roll", o segundo álbum da sua fase mais "blueseira". Mas, ao contrário do que aconteceu no álbum anterior, a banda solidificou com maestria o seu blues rock, o que resultou em um álbum divertido, bem produzido e com uma boa dose de canções "sacolejantes". Temos aqui mais um trabalho de destaque na discografia do grupo.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

De Blues Em Quando - O Que É Que Eu Toco Pra Ganhar Dinheiro ? [2010]

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Por Marcio Guitar no Blog Blues Brasil

Simplicidade e autenticidade. Esta é a tônica do trabalho da De Blues em Quando (DBEQ). Formada em 2004, a banda atua divulgando o blues em workshops e festivais. Com um trabalho autoral em português, torna o gênero acessível a todos, explorando sua sensibilidade e paixão, sem deixar de lado os clássicos que fizeram do blues um estilo mundialmente conhecido.

A sonoridade de slides e gaitas é o ponto chave para a banda transitar entre as diversas vertentes do Blues, como o Delta blues do Mississipi, Chicago Blues, Texas Blues, Blues Rock, além de um gênero pouco conhecido e explorado no Brasil, o West Coast Blues. Ao longo de sua história a DBEQ tem se apresentado nos principais espaços reservados ao Blues no Ceará, em projetos como Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga, Fórum de Harmônicas Brasil, Oi Blues by Night, Canoa Blues e Ceará Music, que possiblitaram a banda e/ou seus componentes a oportunidade de dividir o palco com grandes nomes do cenário do Blues internacional e nacional, tais como Peter Madcat, John Primer, Johnny Rover, Blues Etílicos, Nuno Mindelis, Igor Prado, Flávio Guimarães e Jefferson Gonçalves, dentre outros.

Alvin (guitarras e vocais)
Diogo Farias (gaitas e vocais)
Dudu Freire (baixo)
Enos Moura (bateria)

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Fábio Zaganin - Rumble Fish [2011]

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Por Rafael Sartori
publicado em 27 de outubro de 2011 no Território da Música

Se os discos instrumentais já não têm grande espaço na mídia e dificilmente são aceitos pelo público em geral, o caso ainda é mais complicado no caso dos baixistas. Para não atrair o interesse apenas de outros instrumentistas, é preciso ter uma musicalidade aflorada, caprichar nas melodias e nas harmonias a ponto de o ouvinte comum não sentir falta, por exemplo, de um refrão.

Felizmente, Fábio Zaganin tem todas essas características e consegue equilibrar técnica com sensibilidade de maneira bastante eficiente. Veterano na cena musical, ele participou de diversos projetos e bandas, mas só agora chega ao mercado o que pode ser considerado seu primeiro trabalho solo, “Rumble Fish”.

Trata-se basicamente de um álbum de Rock instrumental com influências de fusion e jazz, executado por um ‘power trio’ de primeira grandeza que traz, além de Zaganin, Joe Moghrabi na guitarra e Cláudio Tchernev na bateria.

Os temas de baixo, obviamente, dão a tônica do material, embora os solos estratégicos e pontuais de Moghrabi impressionem. As bases de guitarra, contudo, ficam lá atrás, em segundo plano - até mesmo no caso dos riffs mais distorcidos.

A produção, porém, é cuidadosa e há um bom entrosamento entre os sons, inclusive nas sobreposições das linhas baixo. Zaganin, aliás, soube explorar bem todas as nuances e texturas que o instrumento oferece, misturando efeitos, timbres e melodias com ‘fretless’ a outras com ‘drive’.

Destaques para “King Crepax”, que abre o repertório, “Crimson Man”, “Wild Vexations” e para a bela e curta “Maria Helena”, que encerra o disco com Zaganin sozinho - e bastante inspirado.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Lanny Gordin [2001]

 
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publicado em 6 de Dezembro de 2001 no Estadão

A volta de Lanny Gordin, o nosso Hendrix
Mais de 30 anos depois de seus primeiros acordes profissionais, ele lança pela Baratos Afins seu primeiro disco solo, que logo será mostrado no palco 

Mestre das harmonias, lenda viva dos guitarristas, Hendrix da tropicália, criador inclassificável, último dos malucos geniais... Sempre que ouvia as pessoas dizerem que era tudo isso ao mesmo tempo, Lanny Gordin abria o sorriso. "Não passo de um aprendiz. Mas chego lá um dia", repete ainda hoje, sem o tom da falsa modéstia.

Mais de 30 anos depois de seus primeiros acordes profissionais, Gordin começa a se convercer de que seus admiradores não estavam tão equivocados assim. Praticamente arrastado para um estúdio pelo amigo Luiz Calanca, da loja e selo Baratos Afins, gravou o primeiro disco-solo desde sua estréia. O álbum sai pela Baratos Afins (www.baratosafins.com.br) e está programado para ser mostrado nos palcos ainda este ano.

Sua história, antes de falar em sua música, coloca no bolso qualquer roqueiro "junkie" que diz ter conhecido o inferno em algum momento de sua carreira. Lanny tanto "viajou" em LSD e cocaína que perdeu o chão. Foi internado em manicômios por quatro vezes, fez tratamentos a base de eletrochoque e ainda toma fortes medicamentos anti-depressivos. Em uma "bad trip" de ácido, queimou com cigarro a palma de uma das mãos, marcada com uma cicatriz que, diz, se parece com um cavalo.

Gordin nasceu em Xangai, na China, há 50 anos. Filho de pai russo e mãe polonesa, morou ainda criança em Tel Aviv, Israel, antes de chegar ao Rio de Janeiro, com seis anos de idade. Ainda na infância, veio para São Paulo com a família e começou a estudar violão.

Seu auge foi entre 1969 e 1972, anos em que trabalhou a serviço de Gal Costa, Rita Lee, Caetano Veloso, Jards Macalé, Erasmo Carlos, Tim Maia, Gilberto Gil, e Eduardo Araújo. Os tropicalistas, em especial, quase se pegavam para tê-lo em seus discos. "Ele me ensinou 80% do que sei de harmonia quando fez para mim os arranjos de Você Precisa Aprender a Ser Só. O cara é maravilhoso", reverencia Sérgio Dias, considerado um dos dez maiores guitarristas brasileiros.

Uma viagem à França com Jair Rodrigues e o grupo Originais do Samba, em 1972, foi seu último trabalho antes da queda. Ainda com sua saúde mental em recuperação, diz não ter dado na vida um passo do qual se arrependa. "Meu pai me perguntou se eu achava que tinha feito algo de errado na vida. Disse que tudo foi necessário para chegar a ser o que sou. Estou aprendendo a ser um grande músico."

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Ronnie Von - Quando Éramos Príncipes [2013]

Por Marcelo Rodrigues
pubicado no  Mais do Mesmo
 
Ronnie Von é um artista que sempre andou na contramão. Essa é a mensagem que o Documentário “Ronnie Von- Quando Éramos Príncipes” passa ao espectador. Um artista transgressor, ousado e principalmente vanguardista porém muito incompreendido.

O filme dirigido por Caco Souza remonta a carreira de Ronnie com uma atenção especial a sua fase psicodélica representada por uma trilogia de álbuns que tem ganhado o status de Cult com passar dos anos. Pautado em uma dinâmica interessante de entrevistas, fotos e vídeos de arquivo e performances musicais de Ronnie acompanhado pela banda “Os "Haxixins”. O filme possui uma dinâmica e estética muito particular e ai que mora a sua beleza.

Intercalando entre essas três vertentes (depoimentos, arquivo e performances musicais) o documentário reconstrói a carreira artística de seu biografado. Dessa maneira reforça a ousadia do cantor, seu pioneirismo em frente ao popular meloso da época da Jovem Guarda ao mesmo tempo desfazendo estigmas como a alcunha pela qual se tornou famoso “O Príncipe”. Essa ousadia é ressaltada pelo diretor de uma maneira muito sutil e recheado de muita música é claro.

O aspecto musical de grande relevância no documentário tem um viés de resgate. Resgate de uma carreira , de uma época de um artista que cavava um espaço a duras penas mas que vencia mesmo sendo alvo de preconceito pela sua origem burguesa , pela proposta musical que não se encaixava(era influenciado pelos Beatles em uma época de modismo exagerado). Ao mesmo tempo em que a música ilustra os depoimentos(aliás ela permeia todo o documentário como pano de fundo, uma ótima sacada) ela também serve como uma maneira de o cantor resgatar sua carreira através das performances musicais do cantor acompanhado pela banda Os Haxixins.

O diretor Caco Souza soube orquestrar através de um excelente trabalho de montagem todas as fases de Ronnie em uma linha artística não cronológica. Ali é possível constatar através do farto material de arquivo e de depoimentos do próprio Ronnie e de artistas de calibre como Rita Lee e Arnaldo Saccomani a evolução e o sangue novo que o trabalho do cantor sempre tiveram. Fato que o levou a experimentar outros caminhos como a aproximação com o Tropicalismo e a disputa entre Ronnie e a Jovem Guarda que se punham em lados opostos não só na televisão com programas concorrentes mas de estilo mesmo. O documentário é bem sucedido em demonstrar essa evolução de forma clara e sutil apoiando se principalmente no aspecto musical que ecoa no documentário e com suportes de riquíssimo valor- Os Depoimentos.

O filme não tem uma pegada saudosista de maneira nenhuma. Mas ai você me pergunta: “Ué mas ele não está revisitando a obra?” Sim ele está revisitando mas agora a sua obra possui outro valor e ele está revisitando com outro olhar. No fundo o documentário te convida a embarcar numa viagem psicodélica pela carreira do Príncipe.

“Quando Éramos Príncipes” é um filme honesto e sincero a altura da grandiosidade de Ronnie Von”

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Impacto Cinco - Lágrima Azuis [1975]


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Por Hayssa Pacheco
publicado originalmente no Jornal Diário de Natal

Um Impacto Cinco psicodélico

Era 1975, quando o grupo potiguar Impacto Cinco, conhecido como uma banda de baile, foi parar nos estúdios da gravadora CBS para gravar o LP Lágrimas Azuis. Naquela época o quinto não fazia idéia que estava provocando fortes marcas na história da música brasileira, pois atualmente o álbum é um dos 10 mais cobiçados do rock brasileiro, mencionado em sites especializados e em leilões internacionais.

Esse foi o segundo e último disco da carreira do grupo que ocupou durante uma semana o estúdio da gravadora. O material já havia sido exaustivamente ensaiado e a direção musical coube a Gileno de Azevedo, Leno (o ex-parceiro de Lílian). Das 11 faixas, apenas cinco são de autoria dos rapazes do grupo (Fuga, Viver Triste, Lágrimas Azuis, Um bom lugar e Muito tempo de som). Leno assinou três canções Tudo vai mudar (amanhã), Carmem, Carmem e Sentado no Arco-Íris que ele compôs em parceria com Raul Seixas.

A música de abertura foi entregue ao piauiense Piska, compositor de Mãos de seda, coração de ferro. Eles ainda gravaram o cover de Sábado (do guitarrista Frederyko) que também fez parte do álbum de estréia do grupo, lançado em 1970. Lembranças (Raulzinho e C.H.Gonçalves) completa o repertório do LP.

O grupo era formado por Clauton (bateria, percussão e vocais), Poty Lucena (baixo e vocais), Etelvino (piano elétrico, órgão, sintetizador e vocais), Joca Costa (guitarras) e Lulinha (vocal). Quando o Impacto Cinco chegou ao Rio estava afinado para gravar o repertório, os anos de estrada como banda de baile, tocando durante cinco horas seguidas, davam a eles segurança para realizar o trabalho em um curto período de uma semana. Para o guitarrista Joca Costa, ainda ligado ao meio musical nos dias de hoje, a CBS, que tinha em seu cast nomes internacionais, como Aerosmith, além do próprio Roberto Carlos, estava concedendo uma chance à banda potiguar. A afirmação foi feita durante uma entrevista ao jornalista Rodrigo Hammer, publicada na edição no número 3 da Revista Brouhaha. ‘‘Éramos algo muito à frente para a época’’, declarou o tecladista Etelvino, na mesma matéria. Na capa do álbum, quatro dos cinco componentes do Impacto Cinco aparecem fumando, seguindo o estilo revoluncionário da época.

Retirado do Brazilian Nuggets

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Raimundos - Cantigas de Roda [2014]

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Por Mauro Ferreira
publicado em Notas musicais

O grupo brasiliense Raimundos apresentou nesta primeira semana de fevereiro de 2014 seu oitavo álbum de estúdio, Cantigas de roda, o primeiro de inéditas desde Kavookavala (2002), CD lançado há oito anos. Gravado em 2013 nos estúdios Firewater em Los Angeles (EUA), com produção de Billy Graziadei (vocalista e guitarrista do grupo norte-americano Biohazard), Cantigas de roda alinha 12 músicas inéditas em repertório essencialmente autoral. Uma das músicas, Politics, já teve clipe veiculado em 2013. Outra, Dubmundos, tem vocal de Sen Dog, rapper do grupo norte-americano Cypress Hill. Produzido de forma independente, através de finaciamento coletivo, o disco já foi disponibilizado para quem contribuiu para a viabilização da gravação. Eis, na ordem, as 12 músicas de Cantigas de roda:

1. Cachorrinha - com Frango da Galinha Preta
2. BOP
3. Baculejo
4. Gato da Rosinha
5. Cera quente
6. Rafael
7. Descendo na banguela
8. Dubmundos - com Sen Dog (rapper do grupo norte-americano Cypress Hill)
9. Nó suíno
10. Importada do interior
11. Gordelícia
12. Politics - com Cipriano e Billy Graziadei

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Cálix - Ventos de Outono Ao Vivo [2007]

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Torrent DVD*


Por Gibran Felippe em 01/12/08
publicado em 01 de janeiro de 2008 no ProgBrasil

O grupo mineiro Cálix já possuía boa reputação no contexto progressivo brasileiro devido a agraciação por parte do público dos seus dois discos de estúdio: 'Canções de Beurin' e 'A Roda', porém com o lançamento desse dvd, alçou um vôo ainda maior, pois de imediato passou a ser sucesso de vendas e o grupo conseguiu certa projeção no cenário nacional, abrindo portas para participação em eventos gerais, não apenas os restritos ao público progressivo.

A formação para essa apresentação memorável conta com Renato Savassi - violão, flauta e vocais , Sânzio Brandão - guitarra , Marcelo Cioglia - baixo e vocais , André Godoy - bateria, Rufino Silvério - piano e teclados, além de uma bela orquestra num acompanhamento muito bem casado com a sonoridade do grupo.

O evento toma forma em tons épicos com o palco do Grande Teatro Palácio das Artes em Belo Horizonte enegrecido ao som de uma 'trombeta' sintetizada ao fundo, aos poucos tudo vai se clareando e surge imponente a figura de Renato Savassi e os acordes iniciais da primeira música, aliás inédita, chamando-se 'Kazoo', mostrando a personalidade do grupo que poderia muito bem utilizar a forma usual e abrir com uma mais conhecida do público. 'Kazoo' possui uma excelente letra e seu refrão também é muito agradável com destaque para os vocais e os rifes de guitarra em conjunto com os violinos.

'No More Whispers' surge em seguida para delírio do público, essa é um verdadeiro petardo do disco de estréia do Cálix e literalmente levanta a platéia com seus diversos fraseados melódicos. O solo de flauta do Renato e seu gestual em muito lembram o estilo do Ian Anderson, nervoso, vibrante e muito bem ritmado, provocando regozijo geral no público. Outros dois aspectos que merecem consideração é o fato dessa canção ter muito do clima de outro grande grupo brasileiro, o Aether, basta para isso ouvir 'A Brigth New Day', porém as semelhanças entre os grupos param por aí e obviamente a percussão vocal executada por Renato Savassi é um atrativo e tanto, muito curiosa, criativa e extremamente bem colocada. Depois a influência do Clube da Esquina se mostra presente na sonoridade do grupo com as baladas 'A Roda' e 'Duas Visões'.

O clima da MPB mineira e seu estilo folk continua dando o tom para 'Última Canção' e também há de se destacar reminiscências do bom e velho 14 Bis na sonoridade marcante de 'Lenda do Mar', outro destaque do segundo trabalho do grupo contendo um longo solo de flauta. Após esse interlúdio poético, eis que entra em ação uma das mais conhecidas, a sumarenta 'Dança Com Devas', num dos momentos mais emocionantes do show em que todos se levantam para cantar em uníssono com o grupo: 'Há mais de mil anos.../Singelas pessoas, mendingos e bruxos/Erravam em bandos/Em busca da fonte/..Dançavam com Devas!' Durante a execução desse número o Cálix conseguiu uma autêntica façanha, a qual seja em meados do show colocar todos de pé no teatro, algo raríssimo numa apresentação de um grupo com sonoridade progressiva, aqui incluo até mesmo os medalhões. Impossível não ficar arrepiado com os aplausos ao som da base dos violinos, a flauta do Savassi mais uma vez apresenta o fino e o piano, que ficou comedido nas músicas anteriores, largou o dedo numa quebradeira bem interessante. Vale destacar os efeitos percussivos da convidada especial Daniela Ramos, enfim, 'Dança Com Devas' ficou perfeita e fica claro o talento da banda para boas letras, algo de certa forma ausente na discografia progressiva brasileira. Acompanhando as letras com atenção, fica fácil perceber a consistência das composições.
Capa do DVD

Após a explosão anterior segue um antí-clímax no piano muito bem conduzido por Silvério, para que a platéia se assente novamente, mas não dura mais que dois minutos, já que a guitarra e a flauta entram rasgando com mais um número inédito que é excelente 'Efeito Lunar', nessa canção o grupo guarda similaridade com Camel, pois a flauta lembra o jeitão do Latimer, se distanciando do Ian Anderson que até então era o grande referencial, esse fato é positivo por mostrar a versatilidade do estilo musical do Renato Savassi. 'Ventos de Outono' é outra que possui uma letra acima da média, com destaque absoluto para Savassi que toca de forma deslumbrante sua flauta, sendo apenas acompanhado pelos outros instrumentos sem maiores variações, praticamente um número solo. Em seguida o grupo apresenta outra inédita 'Olhos Fechados', música que possui pegada semelhante ao primeiro número 'Kazoo', altamente progressiva com destaques para a orquestra que com seus metais criam um efeito contagiante, mostrando qual será a linha para um próximo trabalho de estúdio e a pensar na qualidade das inéditas, o Cálix tem tudo para brindar seus admiradores com mais um belo disco. O solo de sintetizador em meados da música é outro ponto a se destacar, além de uma dobradinha da flauta com as percussões, um dos melhores momentos instrumentais desse dvd. A curiosidade é que essa foi a música de escolha do grupo para rolar no menu do dvd, passando aquela impressão, já ouvi isso antes...

'Seu Dom' possui aquela batida tradicional da MPB, música sem maiores atrativos, ficando num patamar muito abaixo das demais e nessa execução ao vivo o grupo não modificou o seu andamento, seguindo idêntica à versão de estúdio. Logo depois temos mais dois números do disco 'A Roda', são elas 'Homens-pedra' e 'Looking Back', o destaque na primeira fica com a base de piano que em conjunto com a orquestra forma um efeito que nos remete à fase do Jethro Tull do 'Ministrel In The Galery' em que John Evan quebrava a todo instante acompanhado por violinos orquestrais, já na segundo quem dás as cartas é a guitarra do Sânzio com uma base pautada em rifes agradáveis e com solos pontuais sem exageros e nos momentos adequados, como na parte final da música em acompanhamento aos vocais, aliás se faz importante acrescentar que os vocais do Marcelo Cioglia em inglês são ótimos criando um contraponto atraente com a voz do Savassi.

Pra fechar o evento eis que surge o grande hit do primeiro trabalho do Cálix - 'Canções De Beurin' / 'Quem foi que disse que eu quero calar, deuses de pedra irão se quebrar...' e as profanas canções de Beurin é a deixa perfeita para o melhor solo de guitarra do show com Sânzio levando num timbre muito próximo ao estilo do guitarrista David Gilmour, diga-se de passagem essa composição também foge da toada do Jethro Tull e nos remete à fase 'Wish You Were Here', álbum magistral do Pink Floyd. Ao término do show surge a bandeira com a frase símbolo de Minas Gerais, 'Libertas Que Sera Tamen' mostrando todo o orgulho do público mineiro com a qualidade musical desse expoente do progressivo brasileiro, deve-se ressaltar ainda que a direção do dvd está fora de série, com todos os cortes para os instrumentos executados de forma perfeita, sem buracos, sem erros de filmagem, sem closes equivocados, nada disso, mostrando que nossos profissionais nessa área possuem um know how elevado, em nada deixando a desejar para as produções internacionais e acima de tudo conhecendo profundamente todas as músicas e seus deselances principais.

Outro diferencial desse dvd reside nos extras, algo que em itens similares da música progressiva brasileira ficam muito aquém para a produção de um tipo de mídia que possui recurso suficiente para preenchimento de curiosidades, detalhes desapercebidos e informações sobre os artistas. Nesse trabalho do Cálix os extras contam com boas entrevistas, que vão desde a formação do grupo, suas influências: Jethro Tull (a maior delas), Renaissance, Sagrado Coração Da Terra e desembocando em diversas curiosidades, sendo possível até mesmo perceber a Daniela Ramos acendendo um 'morcegão' antes da entrada no palco, bem como a regência da orquestra a cargo do guitarrista de outro grande grupo mineiro, o Rodrigo Garcia do Cartoon e claro, a simplicidade dos integrantes com aquele típico sotaque mineirinho. Esse registro documental nos extras possui o nome de Vivências, em alusão ao primeiro nome da banda, ainda bem que mudaram, pois Cálix possui muito mais força. Por fim, a nota máxima concedida nessa resenha se confirma justamente por mérito dos extras, porque como sempre diz meu amigo Renato Glaessel, o principal motivo da arte está no enlace emocional que a mesma cria com o público, não interessa aqui subterfúgios técnicos, nem a perfeição sonora, mas sobretudo a percepção sentimental que nos envolve junto com a experiência de assistir a esse belo dvd e se faz necessário confessar que o set final nos extras é pra deixar, qualquer um, que tenha afinidade com boa e honesta música, emocionado.

* a imagem do DVD não está 100% mas decidi postar mesmo assim pois a dificuldade para achar esse material é tão grande que, para se ter uma ideia, fui encontrar em um fórum que creio ser ucraniano.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Yes, Nós temos progressivo!


Documentário sobre o gênero musical Rock Progressivo. Aborda a gama diversificada e surpreendente de bandas e músicos, que atuam ou atuaram, na cena do Rock Progressivo Brasileiro. O grandioso trabalho desses músicos muitas vezes é desconhecido por conta da rejeição da mídia.

O documentário foi produzido para a disciplina de Projeto em TV, da FACHA.