quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Wander Wildner - No Ritmo da Vida [2004]

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Por Anderson Nascimento
publicado em 1 de julho de 2004 no Whiplash

Encartado com o número dois da revista Outracoisa, o novo cd do punker Gaúcho Wander Wildner, é uma coletânea de hits acrescida de algumas músicas inéditas do cancioneiro auto-biográfico do cara.

O sujeito é um cara super citado (e elogiado) pelos veículos musicais e artistas brasileiros, o que por si só já é um ponto de referência para o artista e esse disco traz um pouco do seu perfil nas suas doze músicas, produzidas quase integralmente por ele e pelo rodado Tom Capone.

Este disco é o quinto de sua carreira solo, Wander fez/faz história junto da banda oitentista “Replicantes” que está completando 20 anos de carreira. Em sua carreira solo, Wildner iniciou um estilo chamado de Punk Brega, justamente por descrever sua vida em cada uma das músicas.

Para quem ainda não conhecia, o disco tem a versão original de “Bebendo Vinho”, que fora regravada pelo Ira! no disco “Isso é Amor” e, surpresa, o vocal arrastado de Wander Wildner é o mesmo usado por Nasi na versão do Ira!.

As músicas desfilam versos super conflituosos e de uma sinceridade ímpar, como é o caso da música “Mantra das Possibilidades” (“minha vontade é ser bonito, mas eu não consigo...”, “sonho em ter cabelo comprido, mas eu não consigo...”). É assim também na música “Anjos e Demônios” (“Anjos e Demônios passam por mim, cruzam os céus e zombam de mim...”). “Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro”, segue a linha brega e é um dos destaques do disco, é um rock a lá anos 80 que descreve uma dor de cotovelo de um amor mal resolvido. “O sol que me ilumina”, também fala sobre um relacionamento “Foi uma linda história de amor, provavelmente a maior, depois que acabou minha vida virou um inferno”, diz o próprio Wander a respeito da música que lembra Renato Russo na época de “A Tempestade”.

Mas o disco também traz uns hits bem pesados como “Eu tenho uma camisa escrita eu te amo” e “On the road”, escapista e empolgante ao extremo.

Outro destaque é a música “Damas da noite” sobre “as mulheres da vida”, letra forte e realista que entrega o estilo escancarado de compor de Wander Wildner.

Por fim, o disco ainda traz um soneto musicado de Glauco Matoso chamado “Ensaístico” interpretado e pontencializado pelo esporro da voz do cantor.

Enfim, é uma excelente oportunidade para que não conhece o artista sair do zero e curtir este brilhante compositor.


 

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