segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Wander Wildner y sus Comancheros - La Canción Inesperada [2008]

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Por Coisa Pop

O bardo punk gaúcho Wander Wildner está com disco novo na praça. “La Canción Inesperada” é o titulo do trabalho que soa diferente ao mesmo tempo em que é Wander Wildner de sempre. Como assim? O músico dá uma parada no seu punk brega e envereda por um caminho mais folk em diversos momentos, com uma produção caprichada da dupla Berna Ceppas e Kassin, mas sem perder suas características.

Para abrir a história, temos “Um Bom Motivo” canção mais do que foda da banda Stuart, que já era tocada pelo músico, aqui ganha uma roupagem muito bacana e se transforma em algo maior do que era. “La Canción Inesperada” vem depois repleta de violões, toques de música de bordel, Agnaldo Timotéo e aquele portunhol canhestro de Wander.

Depois tem “Os Pistoleiros”, com um arranjo que remete a Josh Rouse, até ter o ritmo acelerado. Alt Country da melhor qualidade. “Porta Retratos” é outra que aposta nos violões, com uma letra confessional enquanto Wander declama as dores de um amor. Em seguida temos a regravação do clássico “Amigo Punk” da Graforréia Xilarmônica. Impossível ficar ruim.

“Bocomocamaleão” que vem em seguida, tem toques de ritmos calientes e faz a cama para o músico soltar a melhor frase do trabalho e se definir: “Eu sou um pouco Wando/Um pouco Wild”. Perfeito. “Wynona” que vem em seguida é nonsense total, não tem como ficar sem soltar boas gargalhadas e manter o riso no rosto. “Without You”, versão da música do Badfinger, vem como se estivesse sendo entonada em algum lugar sujo na beira da estrada para bêbados de plantão. Muito boa.

“Filme Chinês” tem um tecladão que leva o ritmo como uma canção da fase “Psicoacústica” do Ira!. “O Reverendo Rock Gaúcho” é uma das melhores faixas do álbum, uma homenagem a milhares de bandas alternativas, com o toque todo especial de Wander. “Mares de Cerveja” é outro grande momento. Regravação da banda Barata Oriental é para tocar em último volume. “En Su Corazón”, a única mais brega do disco, é a encarregada de encerrar a sacanagem e pedir a conta.

Em meio a regravações (que em nenhum momento soam oportunistas) e novas músicas, Wander consegue botar um ponto final em uma fase do seu trabalho e abrir caminho para outro igualmente interessante. Wander, como o bom camaleão que é, muda a roupa, mas para nossa satisfação a essência é sempre a mesma. Corra atrás e boa diversão.

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