domingo, 30 de setembro de 2012

Som Imaginário - Som Imaginário [1970]

Mediafire 320kbps


Das mais radicais das bandas do Clube da Esquina ( movimento musical mineiro do começo dos anos 70 fortemente influenciado por Beatles), o Som Imaginário com seu disco de estréia demonstra uma riqueza musical poucas vezes vista no cenário brasileiro, com uma mistura de Rock Progressivo, Psicodelismo e MPB que até hoje causa fascínio nos olhos dos colecionadores de raridades de todo o mundo, sendo que o LP original vale algumas centenas de dólares o que o torna praticamente impossível de se encontrar.

Uma banda que já contou com a participação de nomes mais do que consagrados como Marco Antônio Araújo, Naná VasconcellosToninho Horta, Wagner Tiso, Tavito e José Rodrix não podia fazer um disco que ficasse abaixo desse nível.

A audição começa surpreendendo com riffs bem interessantes na música “Morse”. O vocal é de Rodrix, que predomina na maior parte das músicas. “Super-God” com seu vocal distorcido e guitarras ácidas chega a assustar ouvidos despreparados , o que lhe valeu o posto de representar o Brasil juntamente com "Lem-ed-Êcalg" do Módulo 1000 na coletânea “Love, Peace & Poetry - Latin American Psychedelic Music”, lançada pelo selo alemão Q.D.K Media. “Tema dos Deuses” , música de Milton Nascimento (que na época era apoiado pela banda) tem um clima sombrio, sendo a única música instrumental do disco. “Make Believe Waltz” talvez seja a mais dissonante das músicas, não tendo muito a ver com o material em questão. “Pantera” e “Sábado” são boas músicas com seu lado mais popular, sem deixar de exercer sua atração. “Nepal” tem uma introdução bem psicodélica , mas posteriormente revela ser mais um ponto fraco no disco, logo compensado pela primeira versão de “Feira Moderna” com a letra original “Meu coração é velho/Meu coração é morto” que depois foi modificada na versão do Beto Guedes. “Hey, Man” é mais um ponto alto da audição e fechamos com “Poison” composta por José Rodrix e ninguém menos do que Marco Antônio Araújo [que 10 anos mais tarde lançaria seu primeiro álbum “Influências”, e outros clássicos do Progressivo que o fariam ser conhecido como “Gismonti dos 80” , alusão a Egberto Gismonti, outro nome que não obteve o reconhecimento merecido no Brasil], mas nada tendo a ver com seu trabalho solo.

Esse álbum representa mais uma pérola obscura na discografia do rock nacional dos anos 70. Após a saída de José Rodrix para a formação do trio Sá, Rodrix & Guarabyra a banda perdeu força mas ainda resistiu e fizeram mais 2 discos, que foram relançados conjuntamente em CD em 1997 ,mas infelizmente hoje a caixa está fora de catálogo, já que boa parte das 5000 cópias foi vendida para colecionadores estrangeiros. Um disco ao nível dos melhores discos tropicalistas . Nota 9.


Luiz  - baixo
Robertinho - bateria
Frederyko - guitarra solo
José Rodrix - orgão
Wagner Tiso - piano
Tavito - guitarra base


A1 Morse
(Tavito, Wagner Tiso, José Rodrix)
A2 Super-God
(José Rodrix)
A3 Tema Dos Deuses
(Milton Nascimento)
A4 Make Believe Waltz
(Mike Renzi, José Rodrix)
A5 Pantera
(Fernando Brant, Frederyko)
B1 Sábado
(Frederyko)
B2 Nepal
(Frederyko)
B3 Feira Moderna
(Beto Guedes, Fernando Brant, Lô Borges)
B4 Hey, Man!
(Tavito, José Rodrix)
B5 Poison
(Marco Antônio, José Rodrix)

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